segunda-feira, 16 de agosto de 2010

NOSTALGIA

Nostalgia

Ah, mas que saudade que veio assim de repente;

Lembranças de uma infância que não tenho mais;

Lembro-me de quando era sábado a tarde depois do almoço;

meu pai me chamando para ir ao sítio .

Não precisava, eu já estava pronto. Tinha certeza que seria assim.

Quase todos iam a praia naquele tempo, eu não, eu ia ao maravilhoso sítio!

Lembro ainda do Fusca 72, motor 1500, cor de abóbora. Ele não tinha um banco na frente, mas quem se importa quando se é passageiro da vida?

Passávamos no mercadinho, comprava o que eu queria;

Naqueles finais de semana o mundo era meu!

Então seguíamos os 13 quilômetros que separavam as duas realidades.

O sítio do meu pai me lembra de ter que ir deitar cedo para, de manhã, buscar leite no curral.

Me lembro do riacho onde aprendi a nadar…

Ainda posso sentir o cheiro do chá de folha de abacate a noite e virado de ovo pela manhã.

Tudo era tão grande, mágico e simples!

Aprendi a valorizar o campo, os animais, a simplicidade.

Hoje retorno lá, tudo tão diferente, cinza…

Logo percebo que não sou mais criança;

Lá aprendi a perceber nuances que hoje quase não consigo ver.

E aprendi que amigo mesmo, é o meu velho pai!

Ah tempo que não volta mais.


(Giordano Pedro de Oliveira, 23/04/2010, Giordanopedro's Blog)